terça-feira, 28 de abril de 2009

Cartas de amor (!?)



Minha pequena Antonia,

Não consigo entender como você pôde me deixar assim, sem mais nem menos. Sem nenhuma explicação, nem ao menos um bilhete! Meu coração morre um pouco a cada dia que chego e encontro a casa vazia.
E eu, que podia jurar sobre o túmulo da minha mãe mortinha, que você me amava, e que tudo estava bem entre nós.
Ainda lembro da sua cara de felicidade depois da nossa última noite de amor. Você se lembra, minha pequena?
Será que eu estava tão enganado assim?
Eu lhe dei meu coração - abri as portas da minha casa pra te receber como parte da minha família. E todos os planos que fizemos juntos?
Nosso tão sonhado terreno na praia. Nossa casinha, nosso ninho de amor ali, aos pés da natureza, nos braços do Criador.
Você cuidaria da horta enquanto eu estivesse no mar, pescando para garantir o sustento dos nossos filhotes.
Tantos sonhos, tantos planos. Agora nada disso restou. Tanta coisa que nem chegou a acontecer. E são elas que me dão mais saudades de você.
Não teremos mais caminhadas na beira do mar ao entardecer. Não haverão beijos ao luar, deitados na rede em nossa varanda.
O cheiro dos bolos de fubá recém-assados não chegarão ao nosso quarto nos domingos de manhã. Minhas mãos calejadas não massagearão mais seus pés cansados ao final do dia.
Não tenho mais forças para continuar a viver. Antonia, eu te imploro. Volte para mim! Se te fiz algo errado, perdão! Mas volta pra mim.

Do seu,

Valdemar.


RESPOSTA

Valdemar,

É muita cara de pau a sua me escrever uma carta dessas. Você só pode estar bebendo de novo!
Ou você não se lembra de nada?
Vou refrescar sua memória:
Em primeiro lugar, eu não saí fugindo da casa da sua mãe. Eu saí à luz do dia, depois que te peguei na nossa cama com aquela sirigaita da Regininha. Se tinha alguém ali com cara de felicidade depois de uma “noite de amor” era ela, não eu!
Que casa na praia, Valdemar? Ficou louco?
Você odeia praia. Eu nem sei mexer na terra. Que história é essa de horta? Barco de peixe? Filhos?
Deus me livre e guarde de pôr na Terra uma criatura que tenha vindo de você, seu traste. Já basta ter que cuidar de mim mesma, ter que cuidar de filho seu ainda?
Eu não sei cozinhar, você é alérgico a peixe. Você não consegue decidir o que fazer no final de semana, quer me convencer de que tinha “planos para nós”?
Faz dez anos - DEZ ANOS, Valdemar, que eu estou esperando você tomar uma atitude e me pedir em casamento. Cada vez é uma desculpa mais esfarrapada que a outra. Primeiro você quer voltar a estudar, depois quer aprender um instrumento pra fazer parte da banda de pagode do seu primo, depois quer guardar dinheiro para ir à final do campeonato em que o seu clube talvez participe. Cansei.
E tem mais, seu mentiroso salafrário e sem-vergonha: sua mãe tá viva ainda, ou pensa que eu não sei? Até parece que tá falando com outra!
Ah, vai ver que é isso. Você trocou os nomes, não é?
Pois então vamos simplificar as coisas: você copia tudo de novo pra outro papel, mas troca o nome no começo. Quem sabe alguma outra trouxa cai na sua conversa?
Enquanto isso, me mira mas me erra, combinado?

Da sua ex,

Antonia

PS. E desde quando eu sou pequena, seu palerma?

Diego Jr (Dieguito, Mr. Jones)

terça-feira, 21 de abril de 2009

CONVERSA ENTRE DUAS MORTAS




- Como foi que você morreu?

- Morri congelada!

- Ai que horror !!! Deve ter sido horrível! Como é morrer congelada?

- Bom, no começo foi muito ruim: primeiro foram os arrepios, depois as dores nos dedos das mãos e dos pés, tudo congelando... Mas depois veio um sono muito forte e eu perdi a consciência. E você, como morreu?

- Eu?????? Morri de ataque cardíaco! Eu estava desconfiada que meu marido estava me traindo, então, um dia cheguei em casa mais cedo, corri até ao quarto e ele estava na cama, calmamente assistindo televisão. Ainda desconfiada, corri até o porão para ver se encontrava alguma mulher escondida, mas não encontrei ninguém. Depois, corri até o segundo andar, mas também não vi ninguém. Foi então, que subi até o sótão e, ao subir as escadas, esbaforida, tive um ataque cardíaco e caí morta.

- Puxa, que pena!!! Se você tivesse procurado no freezer, nós duas estaríamos vivas!

sábado, 11 de abril de 2009

Uma lição de equilíbrio


















Eu acompanhava um amigo à banca de jornal.
Meu amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como retorno,
recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, meu amigo sorriu
atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.
Quando nós descíamos pela rua, perguntei:
- Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
- Sim, sempre sou.
- Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.

Nós somos nossos "próprios donos".

Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à
mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos
outros.

Não são os ambientes que nos transformam e sim nós que transformamos
os ambientes.

"Para saber quantos amigos você tem, dê uma festa...
Para saber a qualidade deles, fique doente!"


(Desconheço a autoria - Recebido por e-mail)