quarta-feira, 12 de março de 2008

APAVORANTE

Descalço meus pés neste chão
enquanto ardo em céu aberto
procuro cores vivas
e morro na hora certa
não há mais indícios
não há mais água pra matar a sede
revelo meus mistérios
e abro a solidão escondida sozinha
talvez eu alcance o deserto
talvez eu revele os nomes das estrelas
me arrasto e minha alma afunda
só enganos e decepções
queimo minhas palavras e sossego
trituro meu silêncio
meus instantes apodrecem
sou capaz de brilhar de tanta dor
semeio pragas
plantações de gelo
avalanche de mim
solidão dilatada e derradeira
a dor cresce e eu me apavoro
trovejo e abalo minha calma
um riso sem graça me faz chorar
nada mais pra fazer
sozinho e fora de mim
bebo minhas últimas gotas de loucura.

Walbes
(Membro da Comunidade do Orkut)

Scrap, Terça-feira, 11 de Março de 2008
Obrigada, Walbes!

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