Altas horas da madrugada
O sono não vem, pensamento voa
Sinto-me como as folhas de outono
Voando ao sabor do vento, ao relento
Já amarelas, desamparadas, sofridas.
Foram lindas, verdes, cheias de esperança
Dançaram felizes, junto às flores na primavera
De madrugada eram banhadas pelo orvalho
Assim era eu... bela e esperançosa
Sempre bailando pela vida à fora.
Altas horas da madrugada
Estou mergulhada em meus devaneios
Sinto-me como um lindo violino
Que abrilhantou tantas festas
Com seu doce e nostálgico som
Hoje, com as cordas quebradas, desafinado
Foi posto de lado... num canto esquecido.
Altas horas da madrugada
Sonho acordada, com tempos passados
Como as folhas de outono desprotegidas
Cá me encontro desagasalhada de amor
Como um violino já olvidado
Sinto meus sonhos perecer
Só restou saudades, solidão e dor.
Marielza Hage
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